Incrível como um simples circuito de Carnaval virou arena política nos últimos dias. Enquanto o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), teve dois anos para organizar um carnaval e voltar com tudo em 2023, optou por fazer uma festa momesca pífia ano passado – no retorno do Carnaval – e até esquecer do berço cultural da Madre Deus, que dirá ter algum olhar para o hoje cobiçado circuito Beira-Mar.
Por outro lado, o Circuito Beira-Mar é um projeto iniciado ainda no governo Flávio Dino e que foi turbinado ano passado, com Carlos Brandão, com atrações nacionais à beira-mar. A expansão do projeto deixou Braide a ver navios que, no São João, chegou a pagar mais de R$ 1 milhão para o artista Luan Santana no intuito de comer uma fatia do eleitorado que valoriza essas festividades.
Mas nada disso importa.
A bem da verdade é que a Beira-Mar não tem dono, não é filiada a nenhum partido político e nem vota. O Circuito Beira-Mar veio para ficar e engrandecer o Carnaval de São Luís, podendo fazer dele um dos principais do norte-nordeste.
Acontece que tem um personagem que tem atrapalhado esse novo salto ao Circuito. É a urna eletrônica.
Governo do Estado e Prefeitura de São Luís, neste ano eleitoral, devem demonstrar preocupação maior com o futuro da cidade, do turismo à cultura. As secretarias responsáveis pela organização da festa deveriam criar um comitê de organização do carnaval com participação do Governo e Prefeitura.
A relação saudável entre prefeituras e governo foi essencial para a consolidação dos principais carnavais do Brasil. A exemplo de Recife (PE), Olinda (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Salvador (BA).
São Luís já configurou entre os principais carnavais do Brasil e tem tudo para voltar a ter um espaço de destaque na mídia, crítica especializada e entre os foliões.
Mas… Se é para ter uma disputa entre Prefeitura e Governo, que seja para saber quem vai pagar melhor (e primeiro) os artistas e fazedores de cultura locais. Esse round quero ver.