Yglésio avança em cima de pautas espinhosas

Pautas adversas, ou espinhosas, passam longe de ser problema para o deputado estadual Yglésio Moyses. Ao contrário do que se pensa, o parlamentar tem se posicionado de forma firme ao eleitorado de direita ou mesmo anti-esquerda/PT. 

Essa postura teve uma guinada logo no segundo turno das eleições de 2022. No primeiro turno já dava claros sinais de sua postura contra a volta do PT ao poder, ao declarar apoio em postagens nas redes sociais ao pedetista Ciro Gomes no primeiro turno. 

À época já sofria perseguição política dentro do PSB, partido em que foi eleito. O avanço das perseguições, com risco de ter até ficado de fora das eleições daquele ano, pode ter sido decisivo para Yglésio declarar guerra à esquerda e se aproximar ainda mais da direita, para além das pautas em que o parlamentar já flertava, como na área econômica.  

Na política ou fora dela, Yglésio nunca se furtou de entrar em discussões polêmicas. No seu primeiro mandato, Moyses denunciou um suposto esquema de venda de vagas no curso de Medicina da Uema em que envolvia um magistrado. A denúncia avançou e acabou por aposentar compulsoriamente o magistrado denunciado.

Também “comprou” briga com um promotor conhecido pela forma pouco republicana de agir. Na Praia do Olho D’água, em cima de um trator, o deputado Yglésio desobstruiu a entrada da praia que estava por impedir a entrada de moradores da região.

Essas pautas são polêmicas, mas tem a opinião pública a seu favor. As “espinhosas” que o deputado tem colecionado nos últimos meses tem como defensores os politicamente corretos, patrulhadores ou mesmo esquerdistas de redes sociais.

No caso do Jogo do Tigre, por exemplo, que não tem relação com a esquerda, mas mexeu com um vespeiro de influenciadores digitais, o deputado Yglésio fez a denúncia de uma suposta pirâmide financeira, fraudes de jogos eletrônicos, e estelionato na prática dessas propagandas feitas pelos influencers.

A medida causou desde operações policiais até o exílio de influencers em outros estados, como o Ceará. Muito por conta de uma lei de sua autoria que proíbe a divulgação de jogos de azar eletrônico nas plataformas digitais.

Nesta semana, na Assembleia Legislativa do Maranhão, entrou na discussão sobre uma lei que requisita a carteira de vacinação no ato da matrícula em escolas.

Médico, pesquisador e doutor pela USP, o deputado Yglésio foi contra o projeto em um ponto específico. A obrigação de vacinação de crianças de 0 a seis anos para covid-19. O parlamentar argumentou que revistas científicas não apontam eficácia da vacina para essa faixa etária. “Esse estudo aqui de 2023 é da Revista The Lancet, que é o periódico médico biológico, com a Revista Nature, a de maior relevância científica no mundo. Foram 5.272 trabalhos analisados no artigo. Não mostraram nenhum benefício em vacinar uma criança de seis meses até cinco anos”, disse na sessão da quarta-feira, 8.

A desinformação gerada pelo contraditório pode ter gerado desgaste em uma parte do eleitorado, mas outra parte da sociedade deve ter se sentido contemplada com a defesa. 

Esses devem ser os indicativos dos bons índices que o parlamentar apareceu em uma pesquisa recente feita pelo o Instituto Lunet e divulgado no blog do jornalista Gilberto Léda. Segundo o levantamento, realizado entre os dias 16 e 20 de outubro com 796 eleitores, Yglésio tem o desempenho de 9,71% no cenário estimulado.

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