Disputa entre sindicalistas tira alunos da sala de aula no Maranhão

Blog do Gilberto Leda – Uma disputa interna entre membros do Sinproesemma e do Movimento de Resistência dos Professores (MRP), uma dissidência da categoria, tem impedido os trabalhadores de chegar a um consenso sobre as propostas já feitas pelo Governo do Maranhão para encerrar uma paralisação que começou na semana passada – e, por sinal já considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça.

Por pura política (ou politicagem), os líderes dos dois movimentos não conseguem chegar a um consenso e, assim, os professores vão ficando sem aumento nenhum.

O Executivo, por meio da Seduc, fez duas propostas de reajuste: a primeira de 8,67%, e outra de 10%.

Os grevistas dizem só aceitar os 14,9% dados sobre o piso.

Ocorre que (e todo mundo sabe disso), que um professor da rede estadual que cumpre 40h semanais já recebe no Maranhão bem acima do piso.

Em valores atuais, o salário-base da categoria subiu de R$ 3.845,63 para R$ 4.420,55 após o reajuste de 14,9%.

No Maranhão, entretanto, um professor que trabalha 40h recebe, no mínimo, R$ 6,8 mil. É o segundo maior salário do Brasil.

Afora tudo isso, há outro fato que denota o caráter político do movimento.

No final de 2021, o governo federal também concedeu reajuste ao piso. E foi da ordem de 33%. O governador do Maranhão era Flávio Dino (PSB). Por que não se viu o Sinproesemma fazer greve na ocasião, mesmo o socialista não tendo dado o mesmo reajuste em âmbito estadual – justamente sob alegação de que, aqui, já se pagava acima do piso?

Não é difícil imaginar…

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