O deputado estadual Yglésio Moyses apontou incapacidade da gestão ao recorrer a dispensas de licitações, quando o prefeito Eduardo Braide encontra-se já no quarto ano de mandato
A precariedade da comida servida no Hospital da Criança pautou o debate na Assembleia Legislativa do Maranhão nesta quarta-feira, 22.
Um pingado de arroz, farofa e torta de soja que mais se assemelhava com restos de comidas. A comida foi servida ontem para acompanhantes das crianças e funcionários do local.
A qualidade da comida contrasta com o contrato sob dispensa de licitação da Semus (Secretaria Municipal de Saúde) com a empresa Aroma & Sabor Alimentos LTDA, de um ex-assessor do prefeito quando Braide era deputado estadual. Abaixo apresentamos as conexões.
O deputado Yglésio Moyses (PRTB) subiu o tom para questionar o motivo de depois de quase quatro anos não conseguir fazer uma licitação, ter que utilizar do artifício de dispensa de licitação em regime emergencial. Abaixo, vídeo de trecho do discurso abaixo.
“Nós estamos no quarto ano de uma gestão. Se eu não consigo fazer uma licitação normal e tenho que recorrer a pregões emergenciais, a contratos emergenciais… Ou eu sou incompetente, ou eu sou bandido. Só existem essas duas possibilidades. Ao prefeito cabe dizer o que ele é”,
criticou Yglésio na tribuna do Plenário Nagib Haickel.
Após a denúncia da imprensa, o o então presidente da CPL, Washington Ribeiro Viêgas Neto, caiu do cargo, além de outros 14 integrantes da Comissão Permanente de Licitação.
Pontos da relação entre a empresa Pier 77 e o prefeito Eduardo Braide
Contrato duvidoso
- A imprensa denunciou a suspeita de fraude envolvendo um contrato de R$ 18 milhões entre a gestão de Eduardo Braide (PSD) e a empresa Aroma & Sabor Alimentos LTDA, sob nome de fantasia Pier 77.
Dispensa de Licitação
- O contrato de R$ 18.013.158,00 foi dispensado de licitação, favorecendo a empresa de “Sorriso” para fornecer alimentação aos hospitais municipais de São Luís.
Relações familiares
- Pier 77 pertence a Arthur Henrique Segalla de Carvalho Pereira (“Sorriso”), ex-assessor do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), quando o gestor era deputado estadual.
Mais conexões
- João Vitor Segalla de Carvalho Pereira (“Boca”), irmão de “Sorriso”, foi funcionário da gestão de Eduardo Braide na prefeitura de São Luís.
O cargo do irmão de ‘Sorriso’
- João Vitor Segalla atuou como Analista Técnico da SEMGOV (Secretaria Municipal de Governo) entre maio de 2021 e julho de 2023, recebendo R$ 3.159,00 mensais por uma jornada de 40 horas semanais.
Emprego Simultâneo
- Entre maio de 2022 e novembro de 2023, João Vitor Segalla também trabalhou como Engenheiro de Sistemas Pleno em tempo integral para uma empresa privada, com a SES (Secretaria de Estado da Saúde) do Maranhão como cliente.
Suspeitas do trabalho na prefeitura:
- Há suspeita de que João Vitor Segalla fosse um “funcionário fantasma”, recebendo salário sem comparecer ao trabalho na prefeitura.
- As informações foram obtidas do Portal de Transparência da Prefeitura de São Luís e do perfil de João Vitor Segalla no LinkedIn.