Nem é mais segredo que o deputado estadual Othelino Neto (PCdoB) quer assumir o papel de líder de oposição ao governo Carlos Brandão. Seu intento nem é mais às escondidas, quando tentou mobilizar um ou outro deputado que vestiria melhor essa camisa. Sem ninguém escalado para fazer o papel de pedra no sapato de Brandão, Othelino mesmo assumiu a função.
Nos últimos dias, o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão mostrou que ser aliado ou adversário de si é a mesma coisa. No passado recente, Othelino abandonou o senador Weverton Rocha nos últimos minutos de jogo e pulou para o time de Brandão.
Um apoio que mais serviu para si do que para Brandão. Com a traição a Weverton, a família de Othelino ganhou um mandato no Senado Federal e a superintendência do Ibama. Brandão ganhou um adversário de outrora.
Em seus discursos e apartes Othelino sempre tenta deixar claro que suas movimentações não são insurgências ou complô. Na votação que autorizou o governador Carlos Brandão a contrair mais um empréstimo, o deputado Othelino votou contra com argumento que a votação precisaria de mais tempo para ser discutida no parlamento.
Ora veja, logo ele, Othelino, com exímia habilidade de conduzir votações a toque de caixa no governo Flávio Dino. Nos mesmos pronunciamentos, Othelino expressa o verdadeiro motivo: “é preciso governador com quem ganhou”.
Em outras palavras. Othelino quer ter no governo Brandão o mesmo tratamento que tinha no governo Dino. Espaço e mais espaço. Mas Othelino, importante lembrar, não é mais presidente da Assembleia e a cada dia que passa está sendo menos visto como aliado e da base.
Aí só cabe isso: ser o líder da oposição. Mas, hoje, liderar quem?
