O mesmo Governo que costurou um acordo, ainda na transição, para diminuir a quarentena para políticos em estatais, agora trabalha para limar militares do processo eleitoral.
O motivo da diminuição da quarentena foi pessoal. Lula queria o companheiro Aloizio Mercadante como presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento). Sua condição de político o impedia e assumir o cargo por esbarrar em algo difícil de ser respeitado por Lula e os seus: a lei.
Então, o Congresso sob fortes expectativas do terceiro Governo de Lula diminuiu de 36 meses para 30 dias a presença políticos em cargos de estatais. Em 6 de fevereiro, Mercadante já era presidente do Banco.
Com os militares, a força da máquina política é contrária. Lula quer diminuir ou zerar a presença de militares no processo eleitoral. Foi finalizada a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que criará regras para proibir membros das Forças Armadas de participar do pleito eleitoral.
O texto, assinado por Múcio e pelo ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), diz que a Constituição define limites para a atuação política dos militares. A Folha de São Paulo teve acesso ao teor da minuta. Que diz o seguinte:
“O texto constitucional veda aos militares, por exemplo, a sindicalização e a greve, bem como a filiação a partido político enquanto estiverem na ativa. Além disso, tendo em vista a relevância da atividade militar, o ordenamento jurídico lhes impõe restrições à cumulação de cargos, bem como ao exercício de cargo, emprego ou função pública civil temporária“, diz trecho do documento.
Para Lula militares tem que ficar nos quartéis. Mas o mesmo Lula quer político infiltrado em todas instituições, até no cargo máximo de um banco público – que era para ser exercido por um executivo – mas quem dá as cartas é um político conhecido pela mídia e sociedade por maus feitos.