A expectativa do governo Carlos Brandão é grande não só pela Vossa Excelência, o povo, mas também pela classe política. O seu antecessor, Flávio Dino (PSB), nos últimos dias de seu Governo, que durou um pouco mais de sete anos, também jogou uma grande responsabilidade para Carlos Brandão junto à classe política e à opinião pública.
De Brandão fazer um governo melhor que Flávio Dino.
A priori, a tarefa pode parecer impossível pelo controle social e da mídia que Flávio Dino conseguiu ter nesse tempo em que passou sentado na cadeira do Palácio dos Leões. Movimentos sociais, militância virtual por meio do Twitter [principalmente] e a mídia alternativa e, no segundo momento, até a grande mídia foram avalistas das ações durante esse tempo de Dino no poder.
Perdeu apoio de alguns setores em alguns momentos da gestão, parte da mídia alternativa largou a mão de Flávio Dino no mesmo compasso que os grandes conglomerados de meios de comunicação do Maranhão e Brasil passaram a dar visibilidade para os programas e ações de Flávio Dino.
Brandão agora com todos acertos e atropelos da gestão que esteve durante todo tempo como vice-governador, tem a missão de realizar um governo de continuidade, avanços e não continuísmo. Mesmo com as limitações de um primeiro governo de seis meses, com possibilidade de renovar por mais quatro anos em outubro, Brandão pode já imprimir o seu jeito de governar.
Brandão e Dino, com perfis diferentes, mas ancorados na mesma vontade de fazer o Maranhão avançar, têm juntos a difícil missão de inaugurar, agora sim, um novo momento da política do Maranhão.
Enquanto Flávio Dino tem um pulso firme com a classe política, Brandão é mais aberto ao diálogo com o municipalismo e também com as bancadas de deputados. Seja na Assembleia Legislativa, ou na Câmara Federal.
Um exemplo foi a reação de Brandão a uma mensagem do senador Roberto Rocha (PTB) no Twitter. “Governador Carlos Brandão, desejo-lhe sucesso em sua empreitada como mandatário número um do Estado do Maranhão. Inspire-se nos desejos e anseios e jamais se afaste das dores do nosso povo que clama por um governante voltado para um verdadeiro projeto de desenvolvimento”, disse Roberto Rocha.
O governador do Maranhão, Carlos Brandão, retribuiu a gentileza. Cena difícil de ver nos últimos anos. “Animador ter a sua torcida por nosso projeto. O nosso esforço será diuturno para continuar e ampliar os avanços sociais conquistados, sempre na busca por mais oportunidades e desenvolvimento para o nosso povo. Conte com todo o meu empenho nessa honrosa missão. Forte abraço!”, respondeu Brandão sem a necessidade de ser o sinal de uma possível aliança, mas de uma relação respeitosa com todas as autoridades constituídas pelo povo maranhense.
Fora do campo político, outro campo desafiador para Brandão é o econômico. O governo Flávio Dino avançou em áreas sensíveis, até então esquecidas por governos de outrora. Exemplo presente nos discursos de despedida de Dino, como as Escolas Dignas, Restaurantes Populares, reforço de infra-estrutura do governo nos municípios e outros pequenos programas que mudaram as realidades locais.
Na área econômica muitos projetos já foram iniciados, até sob a supervisão de Brandão no governo de Flávio, mas foram estagnados pelas crises políticas, econômicas e, por último, pandêmica.
O ritmo de um Maranhão que avança tem que ser dado logo nos primeiros meses de governo. Com uma virtual reeleição, Brandão terá pouco tempo para acelerar o avanço do Maranhão.
Brandão, diferente de Flávio Dino, não terá tempo para errar. E o Maranhão não pode esperar mais para alcançar o patamar e tamanho que lhe é de direito.
Muito lúcida a matéria. Comungo dessa visão.