Eliminatórias das eleições de 2022; Brandão e Weverton jogam com o que tem

Os mais de 500 mil mortos pelo coronavírus e o debate político nacionalizado têm distanciado o maranhense do interesse eleitoral de 2022. Na bolha da política, a guerra de narrativa toma conta de todo espaço que a mídia alcança. E, basicamente, resume-se na briga por dois requisitos para saber quem será o sucessor do governador do Maranhão, Flávio Dino. O do afeto e de quem tem mais amigos.  

Traduzindo para o politiquês, os principais postulantes acreditam que precisam de duas (ou uma delas) coisas para conquistar o cargo máximo do executivo no estado do Maranhão: a preferência (declaração de apoio) do governador Flávio Dino; e quem tiver um amplo arco de aliança partidária. O povo, que era para ser a autoridade máxima, será consultado por último. Ou melhor, saberá por último sobre o que foi decidido por eles.

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E nas preparações para as próximas eleições, o senador Weverton Rocha (PDT) tem construído um forte discurso de unidade de um grupo político em torno do seu nome. Os anúncios sistemáticos de apoios partidários, na tela da TV Mirante, fazem parte de sua estratégia de convencer ser o preferido do ex-comunista Dino. Weverton está rodeado de amigos. 

Weverton com ônibus lotado

O vice-governador Carlos Brandão (PSDB), mais discreto, levanta sua bandeira por meio de aliados, a exemplo o ex-governador José Reinaldo Tavares, de que tem a preferência por parte do governador Flávio Dino para que ele seja não só o próximo governador, herdando o cargo de Dino, mas o candidato na mesma chapa do novo socialista em sua meteórica reeleição. Brandão tem o afeto.

O vice-governador Carlos Brandão em entrega de novos ônibus semiurbanos

A unidade defendida, por exemplo, pelo presidente do PCdoB, Márcio Jerry, não tem espaço com Brandão e Weverton no mesmo jogo. A única coisa que os une é o desejo de ser o próximo governador a partir de 2023. Neste caso, quem levaria vantagem?

Como “só oferecemos aquilo que temos”, o senador Weverton Rocha está trabalhando para encher a festa de amigos. Enquanto Carlos Brandão tem conversado com lideranças políticas de diversas matizes ideológicas oferecendo um futuro melhor. Os clãs políticos, ou mesmo atores políticos, pensam primeiro nos benefícios que uma aliança pode oferecer. Foram 8 anos de governo Flávio Dino e todo e qualquer governo tem o desgaste natural do tempo. 

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O Maranhão, com 217 municípios, não têm reclamação somente da população para com os políticos. Mas também há uma reclamação generalizada da classe política com a classe política. Governar é dividir o poder. E a tática de Weverton, de demonstrar força bruta, passa apenas um recado para quem ficou de fora do poder desde os tempos da família Sarney: “O governo Weverton já vem todo fatiado”.  É nesse vácuo que Brandão, com jeito, pode ter mais sucesso do que a força que vem carregando e sobrecarregando o projeto do PDT de tomar o Palácio dos Leões.

E Flávio Dino só tem um jeito de transformar 2022 em uma eleição chapa única. É transformar este momento em fases eliminatórias e começar tudo de novo. Há outro caminho a percorrer?

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