O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), tem adotado o silêncio como discurso para as eleições gerais de 2022. Nem mesmo a pandemia, Eduardo Braide tem politizado a gestão da crise, mas buscado diálogo no âmbito estadual e federal. No estado, o discurso mais duro partiu de seus auxiliares, ora o secretário municipal de Saúde, Joel Nunes, ora o secretário de comunicação, Joaquim Haickel. Mas, Braide, tem preferido fortalecer sua imagem perante o eleitorado maranhense, sobretudo o ludovicense.
Sabiamente essa postura deve fortalecer o seu passe sobre a sucessão do governador Flávio Dino (PSB). Há quem aposte que o prefeito deva retribuir o gesto do senador Weverton Rocha (PDT) nas eleições passadas. Se assim for, seguindo ipsis litteris, Rocha pode esperar nenhuma declaração pública e liberação de seus aliados para jogar como quiser no primeiro e segundo turno. Vale lembrar, que publicamente Weverton não declarou apoio a Braide e o PDT de São Luís liberou seus filiados. O ex-vereador Ivaldo Rodrigues, por exemplo, seguiu com o então candidato Duarte Júnior (PSB).
Também há quem ligue a aproximação de Braide com o ex-governador José Reinaldo Tavares para apontar um apoio ao vice-governador Carlos Brandão (PSDB). Ou quem ache que o silêncio de Edivaldo Holanda Júnior e seu ingresso no PSD, do deputado federal Edilázio Júnior e de sua vice Esmênia Miranda (PSD), levará o Podemos para o projeto holandista.
Certamente, essa declaração se dará quando a configuração política já estiver quase toda definida. Será o momento em que o apoio valerá ouro. E Eduardo Braide pode optar por dois caminhos: ou decidir a eleição apoiando algum candidato do campo governista, seja Weverton ou Brandão; ou estabelecer uma força de oposição estadual ao grupo que já governa o Maranhão nos últimos 7 anos, liderado por Flávio Dino. E essa última decisão pode não visar a vitória em 2022, mas preparar o eleitor para 2026, quando Eduardo Braide pode ser o sinônimo de mudança, como aconteceu em São Luís.