Algo mudou na pré-campanha do senador Weverton Rocha (PDT) para o Governo do Maranhão. Mudou muito. O tom do discurso e com quem ele deseja se comunicar. No início, quando o PDT falava sozinho que era o pré-candidato do campo político do então governador Flávio Dino (PSB), Rocha conseguiu aliar o recall da eleição do Senado com uma áurea criada pelo próprio: “ser bom de voto e de saber agregar a classe política”.
A narrativa perdia força com o avançar do relógio eleitoral. Nesse período, em que o povo e a base de militância do PDT era esquecida por Weverton, o senador eleito na chapa de Flávio Dino se vangloriava de acessos no Congresso Nacional e no Governo Federal. Contabilizava os apoios político-partidários da mesma forma que os piores dos caciques políticos sempre fizeram na política brasileira, mas o que o senador do PDT não entendeu no percurso de sua jornada é que, mesmo querendo vestir-se de raposa política, ainda não está credenciado para o cargo.
Em Brasília, inebriado pelo poder que passou a sentir de perto, Weverton conseguiu adesões temporárias importantes para fortalecer o que queria passar em seus discursos e reuniões políticas. Falava Weverton, publicamente ou por onde passasse, que a classe política maranhense tinha aderido para o que passou chamar de um “Maranhão Mais Feliz”.
Até então, Weverton acreditava que um bom time de prefeitos, deputados, presidentes de Poder e de organizações representativas seria o bastante para ganhar a eleição. Prefeitos do PDT, base de deputados na Assembleia e Câmara, presidências da Assembleia Legislativa e Câmara Municipal, além do quartel general montado na Famem (Federação dos Municípios do Estado do Maranhão) eram a grande fortaleza para a eleição da vida do senador. O povo, esse, seria avisado na hora certa.
Com o esvaziamento já anunciado por analistas políticos, Weverton tirou a importância de um bom time e apelou, somente, para a torcida. Entrou na briga pela direção da Câmara Municipal de São Luís e perdeu; perdeu prefeitos aliados, inclusive do PDT; viu sua base na Assembleia e Câmara migrar para Carlos Brandão; perdeu um pilar importante de sua campanha, Othelino Neto, presidente da Assembleia.
Renegado pela classe política, Weverton passou a desacreditar da força de um bom time no período eleitoral. Rocha passa a negar sua própria história, que sempre obteve vitórias com um atrelamento com o Poder, a máquina pública. Mas, agora, Weverton acredita que será diferente. Mais coerente é acreditar que o presidente do PDT no Maranhão só quer garantir uma classificação para as eleições de 2026.