“Nem sei como não são bolsonaristas”, diz historiador sobre protesto contra Estátua da Liberdade

O historiador Diogo Gualhardo Neves utilizou suas redes sociais para comentar sobre o enfadonho protesto contra a Estátua da Liberdade, que no Brasil é também conhecida como Estátua da Havan, rede de lojas do empresário Luciano Hang.

O movimento patrocinado por políticos de grosso calibre parece ser avesso à Liberdade, ideia tão propagada na Revolução Francesa. Para justificar a não instalação da Estátua da Liberdade na frente da Loja Havan, que vai ser inaugurada da Avenida Daniel de La Touche, a encenação de protesto diz que a estátua não tem ligação com a história de São Luís, fundada por franceses. “Símbolo dos Estados Unidos”, dizem.

Gualhardo lembra da história e que a estátua foi um presente da França para os Estados Unidos da América em comemoração do centenário de independência dos EUA. “A estátua tem a ver com a gente – ou melhor, com vocês. Apesar de associarem-na aos Estados Unidos da América, quem a fez foram os franceses, e a deram de presente aos americanos. A estátua foi originalmente construída pelo escultor Frederic-Auguste Bartholdi, em uma estrutura projetada por Eugene Emmanuel Viollet-le-Duc e Alexandre-Gustave Eiffel, o famoso projetista da Torre Eiffel. Digo mais: presente de república para república. A França adotou o regime em 1870 e entregou o monumento em comemoração ao centenário da independência dos EUA, celebrado naquela mesma década“, diz o historiador.

E diz mais: “Não reclamem os que cantam em verso e prosa a Revolução Sanguinária, o tal do “Liberté, Egalité, Fraternité” que decepava cabeças em público. Não reclamem da estátua que simboliza tudo isso. Vocês merecem. Ela foi feita em homenagem à essas coisas que vocês mesmos apoiam. Nem sei como não são bolsonaristas!“.

Confira o texto completo

Estátua da Liberdade em São Luís do Maranhão, a única capital brasileira fundada pelos franceses… Que fizeram a estátua da liberdade

Por Diogo Gualhardo Neves

Luciano Hang, o empresário apoiador de Jair Bolsonaro – alecrim dourado da pseudo-direita brasileira – quer instalar sua estátua da liberdade na capital maranhense. Absurdo? Eu acho que não.

O terreno é dele. A estátua também. E está bem longe do Centro Histórico para se sustentar que agride a paisagem tombada. Convenhamos: a insurgência é política, como tudo neste país que se amalucou. O supermercado é dele, a breguice é dele. Vai lá quem quer. Vê quem quer, oras!

Agora, o interessante é que a estátua será instalada na avenida Daniel de La Touche, o fantoche fundador da cidade supostamente nascida entre as coxas francesas, mas onde ninguém fala francês (mal falam o português também, diga-se).

A estátua tem a ver com a gente – ou melhor, com vocês. Apesar de associarem-na aos Estados Unidos da América, quem a fez foram os franceses, e a deram de presente aos americanos. A estátua foi originalmente construída pelo escultor Frederic-Auguste Bartholdi, em uma estrutura projetada por Eugene Emmanuel Viollet-le-Duc e Alexandre-Gustave Eiffel, o famoso projetista da Torre Eiffel. Digo mais: presente de república para república. A França adotou o regime em 1870 e entregou o monumento em comemoração ao centenário da independência dos EUA, celebrado naquela mesma década.

Então, senhores que enchem a boca para dizer que São Luís foi fundada por franceses, não reclamem. Não reclamem os que não gostam dos americanos mas são presidencialistas. Não reclamem os que cantam em verso e prosa a Revolução Sanguinária, o tal do “Liberté, Egalité, Fraternité” que decepava cabeças em público. Não reclamem da estátua que simboliza tudo isso. Vocês merecem. Ela foi feita em homenagem à essas coisas que vocês mesmos apoiam. Nem sei como não são bolsonaristas!

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