Mesmo sem nunca ter tido publicamente que não se vacinaria, a deputada estadual Mical Damasceno (PTB) foi cobrada, hoje, no programa Questão de Ordem, da Rádio Nova FM, depois da repercussão do pronunciamento do deputado estadual Yglésio Moyses (PROS).
“Lamentavelmente, a Deputada Mical não está aqui, mas soube aqui que a Deputada Mical nem se vacinou ainda, é uma questão que a gente respeita, mas a gente acha que, por exemplo, uma Deputada deve se vacinar, é um exemplo para a sua comunidade, por quê? Estimula outras pessoas a se vacinarem”, foi o que disse Yglésio na sessão desta quarta-feira (07).
Já no programa, Mical foi cobrada como se tivesse subido na tribuna da Assembleia para propagar uma campanha antivacina, o que não ocorreu. Ao ser confrontada pela bancada de radialistas sobre influenciar outras pessoas a não se vacinarem, Mical disse que só “poderia responder pelos seus atos”, mas que “achava bom” se influenciasse as pessoas.
Não poderia ter vacinado
Acontece que mesmo se quisesse, a deputada estadual Mical Damasceno não poderia ter aplicado a vacina. Mical, que tem 50 anos, teve a vacina disponibilizada pela Prefeitura de São Luís no dia 02 de Junho. À época, a deputada estava contaminada com o vírus.
No dia 15 de junho, em sessão da Assembleia Legislativa, ao fazer o uso da palavra a deputada iniciou seu discurso falando: “quero dizer que estou com muita saudade de vocês e, pela graça de Deus, eu já estou bem, Senhor Presidente, restaurada já da covid mais uma vez”. A segunda chamada para a idade de Mical aconteceu dez dias depois dela revelar, em sessão remota, que estava recuperada.
Mical teve chance de fazer campanha antivacina na Assembleia
Na mesma sessão do dia 15 de junho, ao receber cumprimento do presidente da Assembleia, Othelino Neto (PCdoB), a deputada Mical deve a oportunidade de fazer uma campanha antivacina, mas não o fez.
“Deputada Mical, feliz em vê-la recuperada, Vossa Excelência que pegou covid, pela segunda vez, espero que já esteja vacinada, para que possa ficar protegida”, disse Othelino.
Em resposta, Mical disse que ainda não poderia tomar a vacina. “Ainda não, Senhor Presidente, diz que um prazo aí, depois de que a pessoa é reinfectada, ou infectada, leva um prazo para, não sei ainda de quantos dias, para poder se vacinar”, respondeu. A Fundação Fiocruz recomenda que a vacina, para quem já teve covid-19, seja feita 30 dias após a infecção.
Depois de assumir o PTB no Maranhão e transformar em um partido base do bolsonarismo no estado, a deputada vem recebendo uma enxurrada de críticas.
