Sem lacração

No momento em que robôs podem impulsionar qualquer pauta no X (Twitter) e tomar conta da agenda política do Brasil, ainda há quem entre na discussão de maneira serena. O vereador de São Luís, Raimundo Penha (PDT), se posicionou sobre o fim da escala de trabalho 6×1.

No país da informalidade trabalhista, discute-se na Câmara dos Deputados a redução da jornada de trabalho. Abolir o regime de seis dias trabalhados para uma folga, para quatro dias trabalhados para três folgas.

“Mesmo que no momento a redução da carga semanal pareça inviável, a pauta merece espaço, trazendo também os empresários e empreendedores para o debate. Somente juntos, vamos encontrar o caminho para que todos possam ter tempo para viver”, refletiu em suas redes sociais.

Faz total sentido. A proposta foi apresentada em primeiro de maio e não se viu (até agora) nenhuma apresentação de impactos de uma alteração no regime trabalhista.

Somente nos últimos dias o debate ganhou força. Por coincidência, ou não, após a esquerda perceber que perdeu a conexão de diálogo com a classe trabalhadora. Uma derrota devassadora nas eleições municipais em todo o Brasil e a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos.

É uma forma da esquerda tirar férias das pautas identitárias e propor um diálogo que interfere na vida do brasileiro. Seja ele empregado ou empregador. Seja qual for os seus efeitos, pautou a Internet e o noticiário.

Vai prosperar? Dúvido muito.

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