Não só a casa do lavrador Manoel França foi destruída após demolição à mando da prefeitura de Zé Doca. A sua vida também foi destroçada.
“Acabou tudo. Eu fiquei pensando ‘acabou a minha vida’. Fiquei pensando ‘acabou a vida da minha esposa’, os meus netos chorando ‘esses homens são maus’, foi a coisa que mais me doeu”, relembra emocionado, o lavrador Manoel França, dono do imóvel.
A prefeita Josinha Cunha, do PL, lutou na Justiça para retirar o “Seu Mano”, como é conhecido, de uma área rural, de competência do INCRA, órgão federal.
Já são seis depois depois da cena de terror. Desde o mês de abril, a Prefeitura de Zé Doca alegava, na Justiça do Maranhão, que a construção seria ilegal e irregular, por ter sido feita em um terreno que pertenceria a prefeitura.
A defesa do simples lavrador alega o contrário. O lavrador alega que havia adquirido a área legalmente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Segundo o instituto, já estava em andamento um processo de regularização fundiária da área, que originalmente pertencia à União.
O lavrador “Seu Mano” diz que a terra tinha a única serventia de moradia e sustento.
“Sabendo que é da gente, a gente conseguiu no maior esforço, eu só queria trabalhar aqui. A minha vida só foi trabalhar, eu nunca fiz nada na minha vida”, diz o lavrador.
O INCRA já acionou o MPF (Ministério Público Federal) e PF (Polícia Federal) para entrar no caso. A Justiça pediu que o município se manifeste sobre o caso e a documentação apresentada para basear decisão.