Mesmo sem cumprir uma linha do acordo celebrado em fevereiro, os empresários foram beneficiados com os termos propostos no “Acordo Braide” para acabar com o movimento grevista que culminou no aumento da tarifa urbana do transporte público.
O que diz o acordo de fevereiro de 2023
- Garantir reajuste de 7% aos trabalhadores;
- Garantir frota de 630 veículos por dia útil;
- Retorno da frota com ar condicionado de 150 veículos (60 retorno imediato e 45 veículos com prazo final de 31 de março e 45 veículos com prazo final 30 de abril);
- realizar a entrega para o sistema de, no mínimo, 78 ônibus novos até o mês de setembro de 2023, sendo 23 veículos do Consórcio Central, 20 veículos de responsabilidade do Consórcio Via SL, 20 veículos de responsabilidade do Consórcio Upaon-Açu e 15 veículos de responsabilidade da Empresa Primor.
Os termos do “Acordo Braide”, celebrado em fevereiro, expostos pelo próprio prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), beneficiam os empresários e maltratam os usuários do transporte público.
O prefeito Eduardo Braide (PSD) oficializa, por meio da cláusula terceira do contrato, 630 ônibus nas ruas (em dia útil). O número se aproxima do que era para rodar aos finais de semana. O mesmo documento não estipula número para rodagem aos finais de semana e feriados.
Usuários por dia – O presidente do Sindutcol (Sindicato dos Usuários de Transporte Coletivo Rodoviário, Hidroviário e Aéreo do Maranhão), Paulo Henrique, afirma que a média de usuários em dias úteis é de mais de 700 mil pessoas nos quatro municípios da Ilha, com concentração maior no sistema urbano.
Próximos passos de Eduardo Braide
Na coletiva de imprensa da última quarta-feira (27), ao anunciar novas medidas, Eduardo Braide voltou a beneficiar os mecenas do transporte público com termos de um Projeto de Lei que ainda será enviado à Câmara Municipal de São Luís.
Entre os termos do PL, Braide quer aumentar de um para cinco anos a validade dos créditos do cartão de transporte. É mais uma medida que visa beneficiar os empresários. Em 2021, a Defensoria Pública do Maranhão ganhou na Justiça uma ação em que obriga a Prefeitura a restituir os créditos perdidos e que o dinheiro depositado no cartão de transporte não tenha validade para expirar. Braide, por meio da Procuradoria do Município, recorreu da decisão.