Com mais de 97% das atividades completamente paralisadas pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o setor de eventos de cultura e entretenimento no país vive um cenário crítico com empresas enfrentando severas dificuldades financeiras e a cadeia sendo impactada pelo desemprego crescente. Para reverter este quadro, a ABRAPE – Associação Brasileira dos Promotores de Eventos iniciou um processo de debate com as principais lideranças nacionais apresentando uma pauta de reivindicações para diminuir os impactos nocivos no setor e tentar evitar a mortalidade em massa enquanto se espera por uma vacina.
“Nós somos um setor historicamente financiado pelo capital de giro, sem possibilidade de captar financiamento. Além disso, mesmo que as medidas do governo ao longo da pandemia tenham atenuado os impactos, já estamos entrando em curva ascendente novamente”, alerta o empresário e presidente da ABRAPE, Doreni Caramori Júnior. Ele esteve esta semana em Brasília, acompanhado do deputado federal Felipe Carreras, presidente da Frente Parlamentar do Entretenimento e Cultura, em encontro com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que se comprometeu a encaminhar imediatamente o tema no parlamento, bem como apoiar na criação de pontes junto ao governo.
Desemprego – Alguns pontos sensíveis preocupam o setor. As empresas que acessaram o PRONAMPE (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) nos primeiros meses de pandemia precisam iniciar o pagamento das parcelas nos próximos meses, ainda em um cenário de atividades paralisadas. Além disso, com a previsão do final das medidas de apoio à manutenção dos empregos pela Lei 14.020, o setor não faz ideia de como fará para evitar as demissões. Mais de 450 mil trabalhadores, entre formais e informais, já foram perdidos
Doreni recorda que é o próprio Governo Federal que reconhece a gravidade da crise no mercado de eventos. A Portaria Nº 20.809 da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, publicada ontem (14), no Diário Oficial da União, listou as atividades artísticas, criativas e de espetáculos como o setor da economia mais impactado pela pandemia após a decretação da calamidade pública decorrente do Covid-19.
A ABRAPE comemora a sensibilidade do Presidente Rodrigo Maia. “Precisamos articular alternativas efetivas, emergenciais e ousadas para o setor até que haja a retomada completa. Não há mais espaço para endividamento das empresas”, afirma.