Na sessão desta terça-feira (19), na Assembleia Legislativa do Maranhão, os deputados Carlos Lula (PSB) e Rodrigo Lago (PCdoB) cobraram um posicionamento do governador Carlos Brandão (PSB).
Ambos os deputados querem que o governo estadual seja direcionado à esquerda. O vice-presidente da Assembleia, Rodrigo Lago, reclamou da presença de bolsonaristas no Governo do Estado. Apesar de admitir que no Governo Lula a composição abriga bolsonaristas, Lago justificou que o governo Brandão foi eleito com uma frente ampla (à esquerda) e tem governabilidade no parlamento estadual, diferente do que aconteceu no Congresso Nacional ao fim da eleição de 2022.
O deputado Carlos Lula pegou como gancho uma fala de Brandão no Encontro Estadual do PT, realizado nesta segunda-feira (18), em que Brandão reassumiu a posição de estar ao lado do presidente Lula (PT).
“E é sempre bom lembrar desta tribuna, já que aqui e acolá alguns se esquecem, que PSB significa Partido Socialista Brasileiro, portanto, um partido de esquerda. O governo do governador Carlos Brandão, apesar de compor, de ser composto por uma ampla gama de partidos políticos, é importante dizer que é um governo de esquerda e não pode perder o seu sentido e nem sua diretriz”, disse Carlos Lula, que completou: “E é importante ter visto ontem o governador Carlos Brandão mais uma vez reafirmar esse ponto de estar ao lado do presidente Lula, de estar ao lado da Gleisi Hoffmann, de estar ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras do país. O governo tem lado, o governo tem posição, e esse caminho é o caminho pela margem esquerda do rio”. Continua depois do vídeo.
O deputado Rodrigo Lago foi ainda mais duro ao cobrar um posicionamento ideológico claro de Carlos Brandão. “Eu faço parte da base do governador Carlos Brandão e venho à tribuna fazer agora uma cobrança pública, porque a cobrança que eu já fiz a vários auxiliares do governo é que fiquem atentos a esse movimento”, disse ao passo que pediu extirpação de políticos de direita do governo. “E o que não se pode permitir é que o Governo do Estado, recebendo tanto apoio que está recebendo do presidente Lula, faça concessões ao bolsonarismo no Maranhão”, cobrou.
O parlamentar exemplificou uma indicação da deputada Mical Damasceno (PSD), evangélica e bolsonarista, para a Gerência Regional de Saúde, em Viana. Segundo Lago, a gerência era do PT e hoje está atrelada à Damasceno.
“Não estou cobrando da deputada Mical Damasceno nenhuma coerência com a sua base. Não quero que a deputada Mical Damasceno tenha que explicar aos seus eleitores na base por que na base ela é conservadora e, quando chega à Assembleia, apoia um governo socialista, um governo de esquerda, um governo que é não só aliado, mas também um amigo do presidente Lula. Não quero cobrar da deputada Mical Damasceno coerência, mas quero cobrar, sim, do governo Carlos Brandão, do governo Brandão, coerência”, disse.