Grajaú: Vereador da base diz que licitações são tudo “Pedra marcada”

Nem mesmo a base aliada do prefeito Dr. Gilson Guerreiro, de Grajaú, tem aprovado sua gestão. O vereador da base, Pedim do Remanso, subiu na tribuna da Câmara Municipal, na última terça-feira (06), para fazer uma grave denúncia. As licitações de Gilson Guerreiro são, segundo o vereador, tudo de pedra marcada.

No discurso calmo, mas inflamado em seu teor, o vereador Pedim do Remanso disse que o entorno do prefeito Dr. Gilson Guerreiro tem se aproveitado das benesses do poder. Muitas situações sobre esse entorno já foram denunciadas pelo site A Carta Política.

“Tem muita gente que vive do lado do prefeito, puxando aquele velho [saco], e não quer dizer a verdade. Porque tem muita coisa que o prefeito não sabe. Subo aqui hoje é pra dizer prefeito que ele cuide mais de Grajaú. As pessoas que estão em volta dele, só estão pensando neles, não tão pensando naquele pessoal que tá lá na ponta da Rama e tá precisando do melhoramento da estrada…”, disse Pedim, conforme o vídeo acima.


Ao longo de seu discurso, Pedim do Remanso reclamou da falta de diálogo com a Prefeitura para levar a demanda das comunidades e aproveitou para denunciar as “cartas marcadas” na licitação. “A empresa que ganham essas licitação [sic] não tem uma de Grajaú, são tudo de fora. Porque o tanto de empresário que tem aqui não ganham licitação. Isso aí já é pedra marcada mesmo…”, denunciou ainda.

A denúncia de Pedim do Remanso é grave e precisa de resposta por parte do prefeito Dr. Gilson Guerreiro, além de uma investigação séria do Ministério Público local. Apesar de não ter sido citado pelo vereador, o responsável pelas licitações é o senhor Pedro Alves dos Santos Filho. Ele é o agente de contratação.

Explicando – Jogo de cartas marcadas ou “pedra marcada”, como disse o vereador, é uma expressão usada para descrever processos licitatórios fraudulentos ou manipulados, em que o vencedor já está previamente escolhido, mesmo antes da disputa formal acontecer.

Importante dizer que esse tipo de prática fere os princípios da legalidade, isonomia, impessoalidade e competitividade que regem as licitações. 

Alguns indícios que podem indicar esses favorecimentos:

  • Editais direcionados: exigências feitas sob medida para beneficiar uma empresa específica.
  • Combinação entre participantes: empresas que simulam concorrência, mas já combinaram quem vai vencer.
  • Propina ou favorecimento: agentes públicos que manipulam o processo em troca de vantagens pessoais.
  • Desclassificações forçadas: exclusão injustificada de concorrentes legítimos.

Essas práticas são ilegais e podem configurar crimes como fraude à licitação (Art. 337 da Lei 14.133/2021), corrupção e formação de cartel, com penalidades tanto para servidores quanto para empresas envolvidas.

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