Brasileiro não adere a ideia de Ricardo Capelli

A ideia de nada genial de Ricardo Capelli não caiu no gosto popular por questões óbvias. Falta de funcionalidade.

O aplicativo Celular Seguro foi lançado em dezembro de 2023. “Nosso objetivo é transformar o aparelho roubado em um pedaço de metal inútil”, disse Capelli à época quando era secretário-executivo do Ministério da Justiça.

Capelli desconsiderou duas coisas. Primeiro que há smartphones que já oferecem o mesmo serviço, sem precisar instalar um aplicativo do governo. Segundo, um celular nunca vai ser um pedaço de metal inútil. Existe mercados além fronteira, sem falar do mercado de peças.

A criminalidade não foi atacada em nenhum momento. Resultado é este:

Pouco mais de 3 milhões de downloads em um país com mais de 260 milhões de celulares ativos. Um índice irrisório, que comprova o desinteresse do brasileiro pelo aplicativo.

O crescimento inicial, impulsionado pela propaganda oficial, não se sustentou. Após o primeiro mês, a adesão despencou, com números pífios nos meses seguintes. Só quando o assunto voltava à mídia, como na véspera do Carnaval, havia algum aumento – mas nada que representasse uma mudança real de comportamento.

Enquanto isso, os criminosos seguem em vantagem. Em 2024, só no Distrito Federal foram mais de 14 mil furtos de celulares. Em São Paulo, outro recorde: 15,5 mil aparelhos levados das mãos de seus donos. A promessa de transformar o celular roubado em um objeto inútil não se concretizou.

O saldo da ideia de Capelli? Um aplicativo que ninguém usa e nenhuma mudança no cenário da criminalidade.

Agora em 2025, em novo cargo, Capelli inventou mais essa:

Uso obrigatório de aplicativo próprio na agência que preside. O app chamado UNA foi desenvolvido, segundo o inventor, para aumentar a segurança de comunicações internas e evitar vazamentos de informações e dados sensíveis.

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