“Com todo aval de Flávio Dino”, diz Felipe Camarão sobre ida ao PT

Em conversa com A Carta Política, o secretário estadual de educação, Felipe Camarão, quase filiado ao PT, disse que o governador Flávio Dino (PCdoB) teve participação decisiva em sua chegada ao partido do ex-presidente Lula, o Partido dos Trabalhadores.

No início desta semana, segunda-feira (7), o secretário Felipe Camarão levou seu pedido de filiação, em mãos, ao presidente do PT no Maranhão, Augusto Lobato, que é assessor especial do governador Flávio Dino. 

Camarão foi recepcionado pelos petistas e nas palavras do secretário estadual de Direitos Humanos, Chico Gonçalves (PT), todas as alas petistas poderiam não estar presentes [excetuando, o deputado federal Zé Carlos], mas Camarão foi recebido pela maioria das correntes políticas do PT. 

Para Luiz Henrique (PT), que assume mandato na Assembleia Legislativa do Maranhão com a licença do deputado estadual Zé Inácio (PT), é só questão de tempo para a filiação ser concretizada. “Só questões burocráticas do PT”, disse em discurso direcionado para a militância.

Na festa petista, faltou o deputado federal Zé Carlos (PT), que pode ter mandato ameaçado com a presença de Camarão no partido

O clima de festa demonstra a ‘oxigenação’ que Camarão quer dar ao partido e no que Flávio Dino pode estar reservando ao auxiliar do seu governo na área de educação.  “Eu não venho apenas pensando em uma eleição [de deputado federal]. Eu não venho apenas para me colocar à disposição do partido para ser candidato a deputado federal. Eu venho também para ajudar o partido a construir isso [um diálogo] com a sociedade”, disse Felipe Camarão à Carta Política

Participação de Flávio Dino na filiação

Mesmo no PCdoB, o governador Flávio Dino tem interferido, ao longo de seu governo, no Partido dos Trabalhadores. Indagado qual foi a participação do governador para o secretário de Educação migrar do Democratas, do Centrão, para o PT, de esquerda, o neo-petista responde: “Decisiva. Direta. Nós tivemos uma ótima conversa, eu e Flávio, falando sobre conjuntura política estadual e nacional, e dentro da avaliação que Flávio fez comigo ele disse assim: ‘Se eu fosse tu, Felipe, eu me filiaria ao PT’ e me explicou as razões”. 

“Participação decisiva”, diz Camarão sobre Flávio Dino em sua filiação

Para combater a narrativa do deputado federal Zé Carlos (PT), de que Felipe Camarão não tinha afinidade ideológica com o partido, Camarão foi fazendo um paralelo da sua gestão à frente da Educação do Maranhão com os mandatos presidenciais de Lula e Dilma Rousseff (PT). Defendeu FIES, ProUni, SiSu, entre outras iniciativas para justificar sua presença no seio petista. 

O PT é um partido de homens e mulheres honrados, que já muito fizeram pelo nosso estado e pelo nosso país e que pode fazer ainda mais. Eu venho também para somar, para fazer um debate público das políticas públicas já implementadas pelo PT e aquelas que a gente pode fazer no futuro”, disse.

Governo no colo do PT

Felipe Camarão, secretário de educação do Maranhão, defende publicamente que a conjuntura que o PT estará envolvido nas próximas eleições, aqui no Maranhão, passa por Brasília e que Flávio Dino tem trânsito livre nesta articulação com os partidos políticos. 

Declaradamente pré-candidato a deputado federal, Camarão ao escrever a carta de pedido de filiação não cita a condição de congressista, mas se coloca como soldado do partido para qualquer missão. “Eu estou vindo como militante e a pretensão de ser candidato a deputado federal. Mas como todo militante, soldado, estou à disposição para todas as missões que o partido tiver para mim”, reafirmou à Carta Política.

Já no programa Os Analistas, da TV Guará, desta quarta-feira (09), Felipe Camarão descartou, por ora, a candidatura a vice-governador. “Ninguém se coloca como candidato a vice”, falou Camarão. Esta, inclusive, é uma frase dita e repetida por Flávio Dino aos seus auxiliares. Chamou atenção, porém, que apesar da cordialidade do auxiliar do governador com o senador Weverton Rocha (PDT) e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), Camarão defendeu candidatura única que saia do “grupo dinista”, do qual se colocou integrante. O site A Carta Política escreveu, em maio, “Nem Brandão, Nem Weverton. O grande problema de Flávio Dino após reunião anunciada”

Para a bancada de Os Analistas, Camarão disse que apesar da boa articulação política de Brandão e Weverton, a candidatura de nenhum dos dois chegou até a ponta, ao eleitor. Lembrou que as candidaturas têm que dialogar com o cidadão e que, sem isso, nem Bolsonaro, nem Flávio Dino teriam sido eleitos. “Na primeira eleição, Flávio Dino tinha apoio de três prefeitos”, disse ao citar pesquisas qualitativas e quantitativas que teve acesso que coloca os principais candidatos em certa desvantagem. 

Para criar um inimigo, Camarão disse que no Maranhão pode surgir um forte candidato bolsonarista e alinhado com o segmento evangélico. Citou na resenha televisiva, que o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (sem partido), pode ser este candidato e tem a seu favor a popularidade e a boa avaliação no fim do mandato. Edivaldo tem sido sondado pelo PTB, da deputada estadual Mical Damasceno e pelo PSD, do deputado federal Edilázio Júnior. Os dois dialogam com o governo Bolsonaro.

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