Com SUS e experiência com zika, resposta do Brasil à pandemia frustou expectativa

Os dados brasileiros de infecção e óbitos decorrentes da Covid-19, que chegam a mais de 100 mil mortes em 8 de agosto, segundo consórcio de veículos da imprensa, frustrou as expectativas de reação do estado brasileiro à crise sanitária. A constatação é de editorial da Revista de Administração Pública (RAP), em edição especial sobre a pandemia. Segundo a análise inédita, que será lançado na segunda (10), esperava-se uma reação melhor do Brasil frente à pandemia de Covid-19, por causa da existência da estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) e da aprendizagem adquirida no combate a epidemias como H1N1, em 2009, e zika, em 2015. Não foi o que aconteceu.

A edição completa da RAP traz 35 artigos de autores de 41 instituições de pesquisa, que tratam das capacidades e estratégias estatais de enfrentamento da crise, as respostas comportamentais à pandemia, explorando fatores de predisposição ao isolamento social, como polarização política, e a capacidade de mobilização das organizações da sociedade civil (OSCs). “Nestas pesquisas são discutidos e mensurados os efeitos da pandemia na política, no mercado de trabalho, na educação básica, em setores de prestação de serviços públicos e nas micro e pequenas empresas”, escreve Alketa Peci, editora da RAP. Os textos estão disponíveis no site da revista.

Além de detectar capacidades existentes, como o SUS, os artigos também identificam fragilidades do sistema estatal, considerado central para a gestão da pandemia, segundo o editorial. A ideia é que “este conjunto de reflexões subsidie, com evidências, os processos de tomada de decisão no contexto da pandemia e demarque, no âmbito da administração pública brasileira, o potencial da contribuição da pesquisa acadêmica na gestão da crise e de suas consequências”, finaliza o editorial.

Bori

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