O ainda juiz federal Carlos Madeira está à beira de aposentar a toga para investir na vida política.
Com aposentadoria marcada para a próxima sexta-feira (10), Carlos Madeira pretende logo em seguida oficializar o seu desejo de disputar ao cargo de prefeito de São Luís.
No meio do desejo de Carlos Madeira paira também o medo de manchar sua trajetória como juiz federal.
Sem poder vir a público (ainda) para afirmar categoricamente que disputará a eleição deste ano, o juiz Madeira costuma dizer em entrevistas que para ter segurança jurídica e (principalmente) política para ser candidato.
“A política é realmente um terreno pantanoso, movediço e aqueles que querem trafegar por esse caminho, sobretudo para aquele que foi magistrado, com uma longa carreira, deve ter o olhar atento para não comprometer, não macular uma história”, disse o Carlos Madeira no programa Sem Filtro da TV Universitária da Universidade Federal do Maranhão.
Outro fator que aponta que o juiz Madeira não deve seguir o caminho a bordo do Solidariedade é que Madeira pretende ter um mínimo de estrutura (com tempo de TV) para poder contar sua história.
“Só entrarei na política se eu encontrar um partido que além de tempo de TV para projetar minha imagem, meu discurso e minha fala, meus sentimentos não destrua meu DNA de magistrado”, afirmou à jornalistas na TV UFMA.
Nas entrelinhas de suas respostas, Madeira se apresenta como menino pobre da periferia que venceu na vida. Também surfa na onda outsider eda popularidade de ex-juízes que integraram na Justiça. Por isso o Solidariedade parece ser um caminho pelo qual Madeira não deve navegar.
“A minha posição é uma posição de vanguarda, eu sou alguém que tem um olhar liberal, progressista e que compreende uma cidade e um município e um estado não possa ser administrado tão somente pelos recursos públicos”, disse Madeira com um discurso mais alinhado com a classe média que se identificou com o discurso político de renovação.
Apesar de Simplício Araújo ter lançado extraoficialmente Madeira ao posto de pré-candidato à prefeito de São Luís pelo Solidariedade, a aproximação de ambos, segundo o juiz, é mais por laços de amizade do que por questões puramente políticas. Foi o que disse Madeira na mesma entrevista à TV UFMA.
Segurança política
Não saiu da boca de Madeira que ele seria candidato pelo Solidariedade. Perto de findar o ano passado, o presidente do partido, Simplício Araújo veio a público para afirmar que o candidato do Solidariedade seria Carlos Madeira e não o deputado estadual Dr. Yglésio.
Porém, agora perto da aposentadoria de Carlos Madeira, o presidente do Solidariedade lança uma foto ao lado do deputado Duarte Jr (PCdoB) que também procura um partido para lançar-se candidato.
Neste jogo de ciranda, Carlos Madeira deve procurar outro abrigo partidário. Ou mesmo nem sair candidato, conforme ele mesmo já admitiu essa possibilidade.